segunda-feira, 9 de outubro de 1995

Desentendimentos


Nada é perfeito! Eu me enganei ao pensar quem em Dionísio as coisas seguiam perfeitamente bem... Um começo é sempre difícil, um recomeço então... O trabalho duro daqueles homens e mulheres agora já podia ser refletido no prazer de começar a ensaiar.

O teatro imita a vida ou a vida que imita o teatro?  As pessoas são mentirosas dentro de um mundo real ou dentro de um mundo mentiroso é que existe pessoas reais? Bom, sem jogos complexos! O que acontece é que preso a esse antagonismo começou uma disputa.

A peça escolhida por Momoco fora "Seis personagens à procura de um autor", obra que Chico escrevera, mas que em Dionísio nunca chegou a sair do papel. Obra que Luigi Pirandello tomou como sua anos mais tarde gerando para o proprio bastante reconhecimento, mas isso não vem ao caso agora...

 Não se contentando com o papel dado, os atores queriam interpretar os personagens que melhor lhe convinham: Isabela bateu o pé quando soube que faria uma mulher bêbada, ela queria a personagem de Manu. Inaiê ainda tremia ao se imaginar com tantas falas no centro do tablado, sendo devorada por centenas de pares de olhos famintos. Nila também recusou seu papel por sua personagem não ser envolta a dança. Manu discutia com Isabela! Harley tentava encorajar Inaiê! Roberto lançou que sairia da Companhia porque as pessoas estavam perdendo o foco!  Samira passou mal! Foi a maior confusão!

"A vida é um grande espetáculo!Não é o que dizem? Cada cabeça: uma sentença, um mundo, uma galáxia, um universo (depende da megalomania de cada um)! Então juntemos tudo: o livro da vida é um grande espetáculo de cada mundo particular. Daí temos um problema, os "mundos" interagem, se interferem. O que gera o caos! Do caos, dizem, sempre surge uma nova ordem. Então, todos os dias ressurgimos de dentro do nosso própio caos para viver o espetáculo diário, que, como uma boa tragédia tem comédia, drama, decepção, emoção, romance, suspense, discussões,  confusões, trapalhadas... O caos não passa nunca, a não ser que nos isolemos! Nem dá, né? "

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